O Centro de Referência em Reinserção Social e Produtiva para Dependentes Químicos de Alagoas – um marco na história no trabalho realizado pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) – completou esta semana um ano de atividades com grandes resultados.
O equipamento, que oferta cursos, oficinas produtivas e acompanhamento psicossocial de dependentes químicos que foram acolhidos e recuperados por uma das 35 comunidades acolhedoras credenciadas à Rede Acolhe, capacitou em um ano de funcionamento mais de 300 pessoas e contribuiu com a inclusão no mercado de trabalho formal e informal de outras 50.
Para a efetivação dessas vagas no mercado de trabalho, a Seprev, por meio da Superintendência de Política sobre Drogas, promove ações com foco na sensibilização e mobilização com empresas e outros parceiros para a contratação dos adictos.
No espaço localizado na Avenida Tomás Espíndola, no Farol, são ofertados cursos de frentista, pedreiro, pintor, panificação, pizzaiolo, repositor de mercadorias, técnico em vendas, marketing e relações interpessoais e, bem mais do que essas capacitações, os ex-acolhidos melhoram o currículo, aprendem um ofício e passam a ter mais oportunidades no mercado de trabalho.
Paulo Alves tem 41 anos, passou mais da metade da vida dependente do crack e teve a sua história mudada após realizar o tratamento contra a dependência na Comunidade Acolhedora Dom Bosco. Longe do vício, ele fez o curso de panificação no Centro de Reinserção Social e há oito meses montou um pequeno negócio na área em sua residência.
“Muita gente achava que o meu caso não tinha solução, mas eu dei a volta por cima com a ajuda primeiro dos Anjos da Paz, depois da equipe da comunidade e também dos Agentes da Paz que me deram o caminho para a qualificação. Quem antes não tinha qualquer tipo de atividade produtiva, hoje está trabalhando para si mesmo e ajudando a família vendendo pães artesanais. Eu consigo ter renda todos os dias e com as vendas dos produtos não fico parado”, conta o agora padeiro.
O gerente de Reinserção Social da Seprev-AL, Márcio Santos, explica que a partir da profissionalização o número de recaídas ao uso do álcool e outras drogas também diminui, uma vez que os atendidos são acompanhados pelos Agentes da Paz que realizam um levantamento das formações e capacitações dos acolhidos, apontando a necessidade de novos cursos e auxiliando-os na inserção ou reinserção junto ao mercado de trabalho.
“Temos empresas parceiras principalmente na área da construção civil e em órgãos de prefeituras do interior, por exemplo. Proporcionamos – com os nossos técnicos – a sensibilização com conversas, visitas e entrega de currículo às empresas que são orientados sobre a importância dessa segunda chance ao dependente químico recuperado e passam a contribuir com alguma oportunidade”, explica.
Ainda de acordo com Márcio Santos, a contratação simboliza para a pasta o fim do ciclo de recuperação e reinserção social para o início de uma nova história.
“É representativo porque nós acompanhamos desde a chegada da pessoa que estava no mundo das drogas, ao tratamento na comunidade acolhedora, se capacitando no Centro e alcançando o mercado de trabalho. É a sensação de dever cumprido e que estamos no caminho certo”, ressalta.
História
Inaugurado em junho de 2018 o equipamento da Seprev promove, gratuitamente, cursos e atendimento às pessoas que já foram beneficiadas pela Rede Acolhe.
“Com a criação deste Centro de Referência, o Governo de Alagoas deu um novo salto com relação ao fortalecimento da Política sobre Drogas, uma vez que fechou o ciclo que envolve a prevenção, a recuperação e a reinserção social das pessoas que, em algum momento da vida, se envolveu profundamente com as drogas”, explicou a titular da Seprev, Esvalda Bittencourt.
Com Agência Alagoas