O crescente interesse econômico da China pelo mercado brasileiro tem levado os Estados a se candidatarem para receber novos investimentos e financiamentos do país asiático. No Nordeste, a atração de investidores chineses é uma agenda comum da região para as áreas de energia, petróleo, gás, infraestrutura e irrigação. Com potencialidades ainda não exploradas, Alagoas se fortalece nesse páreo a partir do dia 22 de julho, quando a missão técnica do Estado inicia os encontros, na China, com players daquele mercado.
A programação da comitiva inclui uma série de reuniões, visitas e o Alagoas Business Summit 2019, uma grande rodada de negócios com os principais empresários e investidores chineses. Nas duas edições do evento – a primeira acontecerá em Beijing no dia 22 e a segunda em Xangai, no dia 25 – a equipe do Governo apresentará projetos para os setores de energia solar, indústria, tecnologia, infraestrutura, saneamento básico e recursos hídricos, entre outras áreas.
A missão já tem dois investimentos garantidos, que serão consolidados durante a visita à China: a duplicação da capacidade da fábrica de fibras ópticas ZTT, no Polo Industrial de Marechal Deodoro; e a instalação da GsPak, fabricante de embalagens longa vida, com um aporte de mais de R$ 170 milhões.
Em bloco, os estados do Consórcio Nordeste vêm estreitando as relações com a China visando à prospecção de novos empreendimentos. Os diálogos se intensificaram com as visitas de comitivas chinesas aos governadores e com missões à Ásia. Governadores e representantes dos Estados da Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco, por exemplo, já estiveram na China este ano; o governador do Piauí embarca em agosto e o Maranhão organiza mais uma missão empresarial para outubro.
“No momento em que o país se esforça para encontrar um caminho para a retomada do crescimento, o Estado de Alagoas não poderia ficar para trás. Há uma demanda do empresariado chinês para fazer investimentos em macroprojetos na região Nordeste e, aqui em Alagoas, temos algumas potencialidades não exploradas que despertam muito interesse dos chineses. É em busca disso que vamos estreitar esse relacionamento e criar as condições necessárias para receber esses investimentos”, afirma Renan Filho.
Energia fotovoltaica e biomassa, fruticultura irrigada a partir do Canal do Sertão e a construção de novos aeroportos estão entre as áreas com maior probabilidade de atrair os chineses. A mineração é outro importante filão: há um potencial mineral a ser pesquisado e explorado no estado, segundo relatório de Geologia e Recursos Minerais produzido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Óleo e gás natural também são grandes apostas, principalmente após a recente descoberta da maior reserva de gás natural do país na bacia Sergipe-Alagoas, de onde deve sair um terço da produção total brasileira por dia.
“Esse é o momento de apresentarmos mundialmente nossos diferenciais competitivos de segurança jurídica, solidez fiscal e incentivos, com a possibilidade de crescermos na área industrial com empresas chinesas. Vamos seguir a tônica que outros estados já adotaram de, literalmente, ir buscar grandes investidores para grandes projetos, que vão gerar emprego, renda e qualidade de vida para a população”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, chefe da delegação formada por outros seis secretários e o governador.
Programação
Depois da rodada de negócios em Beijing, no dia 22, a equipe vai à cidade de Linyi, no dia 23, para visita à fábrica Shandong Bihai Packaging Material. De lá, segue para Xangai, onde visita a fábrica ZTT, no dia 24, e consolida a duplicação da planta em Alagoas.
A agenda de compromissos continua em Xangai com a segunda edição do Alagoas Business Summit 2019. Ainda em Xangai, a comitiva visita a empresa CHINT, que tem atividades ligadas ao setor energético, e também o Grupo Fosun, gigante chinesa dona do Circo du Soleil e de redes de resort de luxo. A missão termina no dia 26, com a visita à Huawei, líder global de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
Resultados nacionais
Os resultados das negociações com o mercado chinês são expressivos: apenas entre os anos de 2007 e 2017, os recursos de empresas chinesas no Brasil somaram cerca de US$ 55 bilhões de dólares, segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). A relação com os estados sinaliza uma expansão dos acordos já firmados, como é o caso da Bahia. De acordo com reportagem do Valor Econômico de maio deste ano, a Bahia já assinou contrato com um consórcio liderado pela chinesa BYD para a construção do VLT metropolitano, que contará com investimento de R$ 1,5 bilhão. A linha será construída e operada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Com Agência Alagoas