Inaugurado na última sexta-feira (2), o Hospital do Coração Alagoano Prof. Adib Jatene preenche uma lacuna histórica no estado: a falta de um equipamento de saúde pública especializado no tratamento de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de mortes em todo o mundo. Além de ocupar esse vazio assistencial, a unidade vai gerar pelo menos 640 novos empregos diretos e qualificar o Hemocentro de Alagoas (Hemoal), que agora integra a estrutura do hospital, que faz parte do conjunto de investimentos na saúde feitos pela gestão Renan Filho.
O cirurgião cardiovascular Laio Caju, que assumiu um posto no Hospital do Coração, é um dos aprovados no concurso da Saúde estadual realizado em 2021 pelo ex-governador Renan Filho. Nessa área, o Estado havia passado 19 anos sem realizar concurso público. Para o médico, é fundamental que o sistema de saúde esteja preparado para absorver toda a grande demanda de pacientes cardiopatas, principalmente na rede pública, e o novo equipamento atende a essa necessidade em Alagoas.
“O estado de Alagoas depende muito do SUS. Cerca de 70% a 80% dos pacientes precisam da rede do Sistema Único de Saúde, e aqui não havia um hospital público dedicado a esse tipo de paciente [cardiovascular]. Então, a abertura de um novo hospital com esse foco, além de absorver essa demanda que é enorme, veio para somar à rede SUS e auxiliar a quem mais precisa”, disse Laio Caju.
Junto ao novo Hemoal, localizado no mesmo prédio, a unidade atenderá pacientes cardíacos e hematológicos, tanto adultos quanto pediátricos. A moderna estrutura do novo hemocentro garantirá assistência mais ágil e qualificada a pacientes como Lívia Vitória, de 10 anos, portadora de anemia falciforme. A doença hereditária, que é descoberta no teste do pezinho realizado em recém-nascidos, causa crises de muita dor e requer acompanhamento médico constante, com a necessidade, inclusive, de transfusões sanguíneas.
Denise Alves, mãe de Lívia, conta que a menina já fez cerca de 15 transfusões de sangue e precisou ser internada cinco vezes, duas delas em estado grave. “De 2012 para cá é uma luta constante, mais dela do que minha, pois quem sente na pele é ela. Felizmente o Hemoal faz o tratamento, as transfusões e dá todo o apoio que ela precisa”, relata. Agora, com o novo Hemoal e o Hospital do Coração, Denise espera um conforto ainda maior para a filha, que, por ser paciente falciforme, também necessita acompanhamento cardiológico.
“Dá vontade de chorar ao ver esse hospital. Não tem como olhar para o hospital e não ficar emocionada, porque é um alívio ver esse Hospital do Coração abrir aqui. Todo falciforme tem um sopro no coração e precisa de acompanhamento. Então aqui teremos tudo junto para os exames e internação, caso necessário, além do novo Hemoal e do Metropolitano ao lado. E ainda é pertinho de casa. Agora, ela terá mais conforto”, comemora a mãe.
Uma das funcionárias mais antigas do Hemoal, a técnica de enfermagem Ana Roza começou a carreira há 36 anos numa pequena sala no antigo hospital José Carneiro, onde funcionava todo o hemocentro do Estado. Em seguida, a unidade foi transferida para uma casa apartada do hospital, para só então ter a sede do Trapiche, onde funcionava até esse mês.
“Agora estamos aqui e eu estava dizendo para os colegas que quem chega hoje tem que ser grato por receber um hospital de primeiro mundo. Eu comecei numa sala pequena e eles estão recebendo essa estrutura e com um salário melhor, só têm a agradecer”, afirma. A servidora pública destacou o trabalho da gestão Renan Filho para reestruturar a rede de saúde: “Parabéns aos governantes de Alagoas que trabalharam todo esse tempo para nos entregar um hospital de primeiro mundo. Se tivesse que passar mais 36 anos, eu passaria, pois o Hemoal é uma instituição que eu tiro o chapéu”.
Com Assessoria