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Dor e resignação marcaram a família Gomes da Silva na manhã desta segunda-feira,20, logo que foram informados da morte de seu filho, Veronaldo Gomes da Silva, de apenas 12 anos, que saiu de casa cedinho para caçar passarinho, como de hábito. Veronaldo, ao lado de mais dois amigos, entre eles um irmão, caminhavam beirando uma cerca viva com arame farpado, quando resolveu entrar no pomar de uma chácara.
Do outro lado, uma plantação de coentro e cebolinha, além de alguns pés de manga rosa, caju, acerola e banana sem fruto maduro. Uma brecha, permitia apenas a passagem de um garoto e foi Veronaldo o primeiro. Quando metade de seu corpo tinha ultrapassado a cerca, a sua perna direita tocou no arame e ele sofreu uma descarga elétrica violenta.
Os amigos ainda tentaram puxar o colega que passou a se debater no local. Eles não sabiam que naquela cerca, o arame farpado conduzia energia elétrica capaz de matar uma pessoa adulta, imagine um garoto de 12 anos. Veronaldo Gomes da Silva, teve morte instantânea.
O sentimento de revolta, rapidamente contagiou amigos, parentes e transeuntes que foram atraídos pela dor da família. A reação de cólera entre as pessoas foi mais rápida que a energia que matou o garoto. Populares invadiram a residência onde foi feita a ligação clandestina para alimentar a cerca e destruíram tudo. Nada restou para contar a história.
Alguns pertences do imóvel foram saqueados, nem mesmo as árvores frondosas escaparam; elas foram derrubadas e, metade do pomar, destruído. A demora na chegada do Instituto de Criminalística para autorizar a retirada do corpo do menino caído em meio aos arbustos, levou a mãe da vítima praguejar a burguesia. “Duvido se fosse um filho de rico, se ele ainda estaria ali?”, questionou a doméstica que em tom desesperado destilava o tempo todo, muito ódio e morte a proprietária do imóvel que não foi localizada pela Polícia Militar ou Civil. Ninguém foi preso.
Por Ivan Nunes (Blog A Palavra)
